quinta-feira, 6 de novembro de 2008

É amor?

Creio que todos estaremos de acordo: não há realidade mais maravilhosa que o amor.
O grande poeta Antonio Machado inventou a frase, que parece tão óbvia mas que não deixa de ser constantemente repetida: o caminho faz-se caminhando. E podíamos até generalizar – para tudo é preciso aprender praticando. O amor não é excepção – aprende-se a amar, amando.
Uma cara bonita e um corpo elegante despertam naturalmente um sentimento que pode chegar a uma grande atracção; a sintonia de gostos e sentimentos faz certamente subir de tom a simpatia e talvez a paixão. Ainda não é o amor. O amor verdadeiro não se funda na beleza física ou moral, na atracção mútua, menos ainda em experiências que supõem o amor, quando ele ainda não existe. O amor autêntico existe quando eu me quero dar e quero receber o dom da outra pessoa. Desencontros, desilusões, até infidelidades… não são necessariamente o fim do amor.
Quando Deus quis dizer a que ponto amava o Seu povo tomou como exemplo a vida do profeta Oseias: ele amava a sua mulher sem dúvida possível. Ela porém entregou-se despudoradamente aos amantes. Oseias manteve-se fiel. Fez tudo quanto podia para recuperar o amor da sua juventude. Seduzida, ela voltou e o marido reconstruiu aquela união que parecia desfeita.
Assim é o amor de Deus. Assim é o amor: dom incondicional que não se arrepende nem perante a mais teimosa infidelidade.

1 comentário:

- disse...

Que maravilha... este devia ser apregoado nas praças aos quatro ventos :) obrigado