Nada mais misterioso que o coração. Di-lo a Escritura e assim o experimentamos cada dia.
Pessoas que levam tudo à frente como bulldozers comovem-se ao ouvir um Trio de Beethoven; outros, debaixo de um verniz de educação superficial, são por dentro mais frios que o gelo.
Mas o coração não é apenas o centro das emoções. É também lá que se decidem as opções de vida. Kant diria que é “pela razão prática” e não pela “razão pura”. Pascal, também grande filósofo, exprime-se mais existencialmente: “O coração tem razões que a razão desconhece”. E o nosso Pascoaes não lhes fica atrás dizendo poeticamente: “Só vê bem quem vê com o coração”.
terça-feira, 24 de março de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
Pão ou liberdade?
Acossados pela fome e pela sede, e perdidos no nada do deserto, queixavam-se os israelitas: “Mais vale servir os egípcios que morrer no deserto”.
O dito passou a provérbio de várias literaturas e compreende-se porquê. Quem não sentiu a tentação de se deixar ficar no conforto do ninho em vez de enfrentar o vento agreste da liberdade? Há adolescentes que recusam crescer e mães que gostariam que os filhos fossem sempre crianças. Melhores educadores são os pássaros que lançam fora do ninho os filhotes já capazes de voar.
Povos inteiros aceitaram variadas formas de servidão a troco de uma casa colectiva e de um miserável emprego despersonalizado – uma espécie de coelheira em que se procurava que produzissem e sobrevivessem.
Dos Romanos é mais cómodo falar por distarem longe no tempo. A maneira de manter o povo quieto na triste “paz romana” era enchê-lo de pão e de jogos no circo (“panes et circenses”). Será isto muito diferente da paz podre em que vegetamos, atulhados de novela e futebol?
O dito passou a provérbio de várias literaturas e compreende-se porquê. Quem não sentiu a tentação de se deixar ficar no conforto do ninho em vez de enfrentar o vento agreste da liberdade? Há adolescentes que recusam crescer e mães que gostariam que os filhos fossem sempre crianças. Melhores educadores são os pássaros que lançam fora do ninho os filhotes já capazes de voar.
Povos inteiros aceitaram variadas formas de servidão a troco de uma casa colectiva e de um miserável emprego despersonalizado – uma espécie de coelheira em que se procurava que produzissem e sobrevivessem.
Dos Romanos é mais cómodo falar por distarem longe no tempo. A maneira de manter o povo quieto na triste “paz romana” era enchê-lo de pão e de jogos no circo (“panes et circenses”). Será isto muito diferente da paz podre em que vegetamos, atulhados de novela e futebol?
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