quinta-feira, 14 de maio de 2009

Bakhita (1869-1947)

Esta é na verdade uma santa fora do comum. Nascida no Sudão (região do Darfur), analfabeta, foi raptada e vendida cinco vezes como escrava; usada e descartada, até ser comprada pelo cônsul de Itália, para os serviços domésticos. Admirava-se que os novos patrões não usassem o chicote para lhe significar alguma ordem.
Com a repatriação do Cônsul, pediu para acompanhar a família na sua transferência para Itália.
Foi aí que conheceu um Senhor diferente por quem se apaixonou, Jesus Cristo. Depois de convenientemente instruída, recebeu o baptismo e consagrou-se ao seu Senhor no Instituto das irmãs Canossianas.
Foi canonizada por João Paulo II no ano de 2000.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A comunidade

Não foi nem é hoje fácil realizar no concreto da vida o ideal da comunidade cristã apresentado por Lucas.
Um só coração e uma só alma, orientados pela doutrina dos apóstolos, na alegria de compartilhar tudo quanto cada um é e tem, e por consequência sem necessitados, que maravilha!
No entanto, não foi preciso muito tempo para que surgissem invejas, divisões, ricos e pobres, manifestações de poder…
Era necessário que João viesse recordar: Pastor, hoje diríamos talvez Chefe, há só um, o Senhor Jesus. E quem o quiser seguir, seja qual for a sua responsabilidade dentro da comunidade, terá que imitar o seu exemplo. Em resumo – dar a vida, seja de maneira sangrenta como Ele, seja, mais provavelmente, na rotina do dia-a-dia. Apagar-se em face das necessidades dos outros de modo que eles cresçam, ainda que o EU tenha que diminuir.
Comunidade perfeita nunca existiu, permanece um ideal. Há grupos e indivíduos que caminham nessa direcção confiados na força que Jesus lhes comunica.
Por isso foi certeiro quem disse: “Um santo é um pecador que não desiste”.

domingo, 3 de maio de 2009

Cinismo ou solidariedade?

A TV americana mostrava, um dia destes, uma enorme feira onde se vendia toda a espécie de armas, desde revólveres até armas automáticas para todos os gostos. Tudo se podia comprar sem necessidade de qualquer autorização. Isto já é tão extraordinário que penso só acontecer nos USA. Mais extraordinário porém é a explicação dada pelo feirante para o anormal aumento de compradores, quer de armas quer de munições – um verdadeiro arsenal. Em maré de crise seria de esperar maior contenção, sobretudo em relação a despesas não essenciais.
“Precisamente por causa da crise, explicava, com todo o cinismo, o vendedor. Com a crise é natural que haja mais assaltos por parte daqueles a quem falta tem o mínimo para sobreviver. E assim… as pessoas têm que se defender”… a tiro!
Reflectindo sobre tamanha inversão de valores, veio-me espontaneamente à memória o que tem acontecido com o “Banco Alimentar contra a fome”. Quanto mais aguda se torna a crise, mais vai aumentando o montante das ofertas.
Dois paradigmas que dão que pensar. No primeiro caso o EU ameaçado reage com violência até à morte eventual do necessitado; no segundo é o necessitado que é preciso ajudar mesmo que seja a custa de alguma renúncia aos próprios direitos.