domingo, 3 de maio de 2009

Cinismo ou solidariedade?

A TV americana mostrava, um dia destes, uma enorme feira onde se vendia toda a espécie de armas, desde revólveres até armas automáticas para todos os gostos. Tudo se podia comprar sem necessidade de qualquer autorização. Isto já é tão extraordinário que penso só acontecer nos USA. Mais extraordinário porém é a explicação dada pelo feirante para o anormal aumento de compradores, quer de armas quer de munições – um verdadeiro arsenal. Em maré de crise seria de esperar maior contenção, sobretudo em relação a despesas não essenciais.
“Precisamente por causa da crise, explicava, com todo o cinismo, o vendedor. Com a crise é natural que haja mais assaltos por parte daqueles a quem falta tem o mínimo para sobreviver. E assim… as pessoas têm que se defender”… a tiro!
Reflectindo sobre tamanha inversão de valores, veio-me espontaneamente à memória o que tem acontecido com o “Banco Alimentar contra a fome”. Quanto mais aguda se torna a crise, mais vai aumentando o montante das ofertas.
Dois paradigmas que dão que pensar. No primeiro caso o EU ameaçado reage com violência até à morte eventual do necessitado; no segundo é o necessitado que é preciso ajudar mesmo que seja a custa de alguma renúncia aos próprios direitos.

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