“Ninguém entra no céu sem uma carta de recomendação dos pobres”
Desconheço o autor da sentença mas reconheço que ela é certeira e abre campo à inteligência de muitas passagens do Evangelho.
Certo é que Jesus nunca condenou a riqueza, em si, nem os ricos. Mas também é verdade que sublinhou fortemente a dificuldade, acrescida para os ricos, de alcançar o reino de Deus. “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha”. À letra, seria impossível.
Qual será então a razão de tão grande dificuldade em conciliar riqueza e reino de Deus?
Diria que a posse de muitos bens cria uma espécie de muralha que impede o contacto com os diferentes que são os pobres. Para lá dessa muralha não se vê o que incomoda nem se ouve o grito dos infelizes.
O Senhor, pelo contrário, viu, e ouviu o grito do povo escravizado no Egipto. É um Deus próximo particularmente dos que sofrem; não há barreira que o isole, faz-se pobre e pequenino a fim de estar com os pobres e os pequeninos.
O rico criticado pelo Evangelho dificilmente ultrapassa o muro que o isola dos pobres. Poderá dar grandes esmolas mas de longe, não suja as mãos. O seu mundo é o mundo dos iguais que o adulam, lhe mentem com elogios e justificam as suas opções egoístas.
O Salmo é impiedoso: «O homem que vive na opulência e não reflecte é semelhante aos animais que se abatem».
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
A verdadeira grandeza
“Mais alto, mais rápido, mais longe” – é o lema dos Jogos Olímpicos. Na Grécia antiga, nos jogos olímpicos, e noutros semelhantes, o prémio era uma coroa de louros; agora as medalhas são respectivamente de ouro, de prata ou de bronze. Mas talvez o mais estímulo seja o preço em dólares do melhor nadador, do campeão da maratona, do melhor saltador, enfim do melhor atleta, ou seja quanto ganha, não só pelo feito desportivo mas pela marca que leva nas sapatilhas ou nas costas.
De modo semelhante na vida quotidiana nos propõem metas a partir das quais se classificam os indivíduos: os mais poderosos, os mais ricos, os mais aptos, os mais inteligentes, etc. sem falar do mais disparatado livro que é o Guiness. Aí se coleccionam os máximos mais incríveis: o que mais conseguiu comer ou beber, o maior bolo, o que aguentou mais tempo a dançar ou a beijar, e por aí fora.
A grande revolução foi operada pelo Pobre de Nazaré. Queriam saber os discípulos quem era o mais importante. A resposta de Jesus foi colocar no meio uma criança e proclamar: Esta é que é a maior! E quem quiser ser grande no meu Reino tem que mudar de critério pois só quem se tornar simples como esta criança poderá ser nele admitido.
De modo semelhante na vida quotidiana nos propõem metas a partir das quais se classificam os indivíduos: os mais poderosos, os mais ricos, os mais aptos, os mais inteligentes, etc. sem falar do mais disparatado livro que é o Guiness. Aí se coleccionam os máximos mais incríveis: o que mais conseguiu comer ou beber, o maior bolo, o que aguentou mais tempo a dançar ou a beijar, e por aí fora.
A grande revolução foi operada pelo Pobre de Nazaré. Queriam saber os discípulos quem era o mais importante. A resposta de Jesus foi colocar no meio uma criança e proclamar: Esta é que é a maior! E quem quiser ser grande no meu Reino tem que mudar de critério pois só quem se tornar simples como esta criança poderá ser nele admitido.
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