Tenho assistido a mortes turbulentas em que a natureza só se entrega depois de um combate onde lançou todos os seus recursos; outras, tão serenas que mais parecem um suave adormecer.
Seja qual for o modelo, o que me impressiona mais é a morte em si. Que mistério!
Há quem procure desdramatizar dizendo, com algum cinismo: acabou-se a corda. Mas quem aceita ser um boneco a que se deu corda para 100 anos ou para 8 dias? Por isso sempre se procuraram explicações. Uns contentam-se com a persistência do nome; outros com a reencarnação ou a fusão impessoal no universo. Até cristãos, talvez por vaga influência platónica, descansam com o regresso do corpo à terra enquanto a alma se liberta e volta para o céu (das ideias).
É evidente que, no mundo, tudo acaba por morrer; o grande equilíbrio universal inclui a morte. Os próprios animais estão ao serviço da espécie e assim, cumprida essa missão, morrem sem drama. Para o ser humano não é assim, não se aceita simplesmente desaparecer.
A meu ver não há nenhuma explicação para a morte. Mas há melhor: para quem aceita a revelação de Jesus, a morte foi tragada pela Vida. Todo aquele que se compromete pelo caminho traçado por esse Homem que é a Vida, ainda que tenha morrido viverá para sempre.
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