É sabido que uma das maneiras de os povos exprimirem a sabedoria ancestral é a das sentenças proverbiais. Fruto da experiência reflectida dos sábios, nem sempre se entendem à primeira leitura, como esta, por exemplo: “De ti nunca digas nem bem nem mal”. Também é pela experiência que a verdade profunda incluída em tais sentenças nos será, pouco a pouco, desvendada.
Falar bem de mim, das minhas qualidades, das minhas virtudes é, na realidade, obsceno.
Falar mal, tratando-se do estendal das minhas misérias, é mórbido e só pode interessar a quem se delicia a lamber as próprias feridas. Se for apenas a confissão de alguns defeitos, é pouco interessante e pode ser razoavelmente hipócrita pois é normal que provoque, por delicadeza, o ricochete de sinal contrário. Portanto nem bem nem mal, é o mais sensato.
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