domingo, 1 de junho de 2008

Relações sexuais antes do casamento?

Porque não? - Todos o fazem… É o objectivo normal para jovens que se amam … Foi uma das libertações do séc. XX …Era tabu para os católicos …Nem a Igreja nem a Sociedade têm o direito de interferir na vida privada dos indivíduos…Agora já não existe o perigo de a rapariga engravidar…
É o que se ouve por aí, umas vezes com arrogância outras como tímida auto-justificação.
Com o respeito que merecem as pessoas e as suas opiniões, permito-me fazer algumas observações críticas:
1. A moral não pode ser objecto de votação democrática. Ainda que todos o fizessem, não significaria que estava correcto. O bem e o mal não são decretados por maioria nem pela moda nem pelo rótulo de progressista …A moral (ou a ética) está acima de todas essas variáveis e indica-nos o melhor caminho, o caminho da liberdade.
2. O século XX trouxe-nos muitas libertações, é certo. Algumas excelentes, como a independência de povos colonizados, a democracia para nações sujeitas à tirania, o reconhecimento dos direitos fundamentais da pessoa humana, etc. etc.
Trouxe-nos também, infelizmente, o lado perverso de algumas destas libertações. Por exemplo a chamada libertação sexual tem aspectos positivos. Era coisa de que não se falava nem na Igreja nem em família nem na escola; agora fala-se sem complexos (às vezes!) e procura-se que seja tema de educação. Temos que reconhecer, por desgraça, que a edução ministrada nas escolas se limita, quase sempre, ao estudo anatómico e funcional. Falta o mais importante: integração da afectividade e dos impulsos sexuais numa personalidade equilibrada em que a força genésica esteja ao serviço da relação interpessoal.
3. Não se trata portanto de interferência indevida da Igreja e da Sociedade mas que ambas assumam a responsabilidade que lhes cabe, juntamente com a família, na verdadeira educação sexual dos jovens, a educação para a liberdade.
4. É evidente que dois jovens de sexo diferente que se amam, participam cada vez mais da vida um do outro e portanto também da vida sexual que pretendem vir a partilhar plenamente. E há muitos que procuram fazê-lo na perspectiva séria da entrega definitiva no casamento. Certamente que é difícil mas vale o esforço.
Outra coisa é a atracção epidérmica que surge de algum encontro ocasional. Depois de uma festa em que tudo concorre para a excitação e a exploração recíproca do corpo, por que razão não se há-de ir até ao fim, no estilo das telenovelas?
Neste caso, que é feito do amor? Não se atinge sequer o nível da relação sexual dos irracionais, toda ela regulada pelo instinto que impede o descontrolo.
5. Quando o amor é autêntico, cada um deseja o bem do outro e quer ajudá-lo a crescer na liberdade verdadeira, aquela que integra todas as potencialidades do instinto. Não te quero para mim, quero que sejas, cada vez mais, tu mesmo (a). Não há medo nem tabu. Há, sim, o desejo que o outro seja plenamente homem ou mulher.
Que melhor escola para um casamento que não esteja sujeito às vicissitudes do momento? A felicidade não é um direito; é um dever e constrói-se dia a dia.

Sem comentários: